Volta e meia acabamos topando com algo na internet falando sobre esse termo. Afinal de contas, você sabe o que é overclock?

Se alguns anos atrás este tipo de prática era exclusividade dos fanáticos por computadores, o aumento de suporte das fabricantes e a popularização do processo tornaram o acesso a conteúdos sobre o assunto cada vez mais fácil.

No entanto, muita gente corre atrás do overclock sem ao menos saber corretamente o que está fazendo, quais os benefícios a serem buscados e, também, os riscos que você pode correr ao realizar este tipo de procedimento sem os devidos cuidados. Vamos falar um pouco do assunto?

O que é isso?

Em inglês, o overclock é praticamente autoexplicativo. Como não há uma tradução para o português desta palavra, podemos dizer que ela significa algo como “acima do relógio”. Parece que não tem nada a ver com a velocidade do computador, mas vamos explicar.

Quando um novo processador, por exemplo, é desenvolvido pelas companhias, uma das ferramentas utilizadas pelo mercado para calcular a sua velocidade é a quantidade de ciclos que este produto é capaz de realizar por segundo. Trocando em miúdos, estes ciclos de trabalho são a forma como um artigo eletrônico trabalha, transformando energia elétrica em informação. Este número é representado pela frequência ou, mais comumente, clock. 

E é por isso que este processo ganhou o nome de overclock: você está forçando o processador a trabalhar acima (over, em inglês) da capacidade (clock) pensada para este produto pelos seus desenvolvedores em seu lançamento.

Você está forçando o processador a trabalhar acima da capacidade.

Utilizamos como exemplo o processador, contudo, nos dias de hoje é possível realizar overclock em diversas peças do computador, como memórias, placas-mãe ou placas de vídeo. Dispositivos portáteis, como celulares e tablets também podem ser alterados por meio de aplicativos especializados.

Existem riscos?

Apesar de sua grande popularização nos últimos anos, o overclock é algo complexo e que exige muitos cuidados na hora de ser realizado. Caso o processo seja feito de forma incorreta, você pode até mesmo inutilizar peças do seu computador.

Um dos grandes problemas da realização de overclock é o fato de que as partes utilizadas no procedimento começam a gerar muito mais calor do que o seu “normal”. Ao forçar o processador a trabalhar acima da sua capacidade, por exemplo, você está automaticamente fazendo-o receber mais energia. Com isso, este CPU passará também a produzir mais calor – e, por causa disso, há grande perigo de derretimento das peças.

Esse aquecimento gerado pelo processador com overclock pode ser controlado, em teoria, com a utilização de sistemas melhores de arrefecimento. Isso, contudo, não combateria outro problema causado pelo calor, que é a chamada eletromigração, um processo natural de desgaste das ligações dentro dos circuitos que acaba sendo acelerado com o overclock. Consequentemente, isso também diminuiria consideravelmente a vida útil do produto.

Um processo natural de desgaste das ligações dentro dos circuitos que acaba sendo acelerado com o overclock.

Mais um risco que pode acontecer é o de haver um desequilíbrio entre as peças e o seu funcionamento esperado, fazendo com que comecem a aparecer gargalos de desempenho ou mesmo problemas de incompatibilidade. Dessa forma, variações no funcionamento do conjunto de peças podem começar a surgir, inclusive causando travamentos na máquina.

Por fim, há também o perigo também de você queimar uma parte do computador e, ao acionar a garantia, acabar chupando o dedo. Isso porque diversos desenvolvedores colocam em seus termos de contrato de compra e garantia, cláusulas apontando que produtos que tiveram seu desempenho acelerado artificialmente não serão cobertos. Ou seja, você queima o produto e não pode trocá-lo por um novo. 

Design apropriado

Apesar de termos falado muito em problemas e em como realizar um overclock é uma tarefa um tanto complicada, saiba que hoje em dia há diversos fabricantes que pensam no procedimento na hora de lançar novos produtos. Com isso, há muitas peças que já chegam ao mercado prontas para receberem o overclock de seus usuários mais animados.

E não estamos falando de fabricantes mais específicos ou que atendam a nichos muito restritos. Até mesmo a Intel, por exemplo, conta com linhas de processadores que trazem suporte nativo ao overclock. 

Placas-mãe, memórias RAM e placas de vídeo também já contam com produtos preparados para serem “acelerados”. Há, inclusive, fabricantes que disponibilizam programas especializados para o procedimento, facilitando a sua realização com poucos cliques do mouse.

Quais os benefícios

Há muita discussão sobre a balança entre riscos e benefícios com relação ao overclock. Segundo os usuários mais experientes, dependendo do modelo, há ganhos potenciais de até 30 por cento com relação ao desempenho normal de um CPU, por exemplo.

Há ferramentas que já permitem, também, o overclock em diversas partes do PC ao mesmo tempo. Ao aliar o procedimento na placa-mãe, processador e memória RAM, você eliminaria riscos e ainda aumentaria o poder de processamento de sua máquina. 

Posso fazer?

Se mesmo com os riscos apresentados de forma resumida no tópico anterior, você ainda quer fazer overclock, cabe ainda algumas dicas. “Opa, quer dizer que basta eu comprar uma peça com suporte ao overclock que vou poder fazer tudo o que eu quiser?”. Na verdade, não é bem assim.

É claro que, como dito acima, a primeira coisa a ser feita é checar na internet se o modelo do produto que você deseja “acelerar” é preparado para overclock. Se estiver montando um PC, vale checar essas informações antes de adquirir as peças, buscando sempre as opções preparadas para esse tipo de procedimento.

Outro ponto importante é seguir as instruções dos fabricantes. Isso significa trabalhar nos limites pré-determinados por eles na hora de realizar o overclock, bem como utilizar os programas indicados para a realização do procedimento.

Limites pré-determinados por eles na hora de realizar o overclock.

Em alguns casos, você precisará até mesmo adquirir novas peças para o computador. Como dito acima, o calor é um dos produtos gerados pelo overclock, por exemplo, por isso, talvez você necessite novos coolers ou até mesmo um novo sistema de refrigeração para as peças do seu computador.

Fonte(s): Techquikie, How to Geek