TECNOLOGIA
Qual peça escolher na hora de fazer um upgrade no PC?
Cada novo lançamento de jogos traz um desafio ao seu computador. Alguns exigem mais memória RAM, outros pedem processador e mais poder de fogo da placa de vídeo. É por isso que tanta gente investe na ideia de upgrade do PC. É uma forma de melhorar o desempenho da máquina sem trocar todos os componentes de dentro do gabinete. Mas quando chegar a sua vez de fazer isso, quais peças escolher para fazer o upgrade no PC?
Pensando nisso, preparamos um guia explicando as funções de cada uma das partes do seu PC. Assim você pode ver como cada hardware impacta a sua taxa de frames por segundo e desempenho, para decidir exatamente onde deve investir o seu dinheiro.
Acredite: fazer um upgrade errado pode resultar em um ganho muito próximo de zero, ao passo que uma troca correta pode ser a diferença entre nem conseguir abrir um jogo ou rodá-lo com alto fps.
Qual peça escolher na hora de fazer upgrade no PC
Primeiro é importante que você entenda o que faz cada componente em um computador e qual tipo de cenário ele mais pode afetar, principalmente para quem vai jogar no PC. Vamos à relação:
Processador (CPU)
O processador é o cérebro da máquina, utilizado em praticamente todas as operações. Ele é responsável por milhares de cálculos, como Inteligência Artificial, rotinas de personagens, física, entre outros. Opera em coordenação com a placa de vídeo para a renderização dos games.
O processador é o cérebro da máquina, utilizado em praticamente todas as operações.
O papel dos processadores é especialmente importante para quem busca altas taxas de frames em jogos competitivos. Processadores defasados podem não acompanhar uma boa placa de vídeo e acabam gerando gargalos de desempenho. A chegada da nova geração de consoles (PlayStation 5 e Xbox Series X) deve trazer jogos complexos, que exigirão mais núcleos de processamento trabalhando em paralelo.
Os modelos atuais são os Processadores Intel® Core™ i3, i5 e i7 e os modelos AMD Ryzen, que também são classificados principalmente entre as linhas 3, 5 e 7. Há modelos variados de entrada e segmentos mais potentes, dedicados ao mercado de workstations e profissionais.
Placa-mãe (Motherboard)
A placa mãe do computador é uma plataforma de interconexão para todos os demais hardwares. Ela liga processador, memória RAM, placa de vídeo, unidades de armazenamento e todo tipo de periférico.
Ao pesquisar por uma placa-mãe, invista em modelos com sistema de alimentação adequado ao processador desejado. Também pense nos recursos que você necessita ter (como número de portas USB, slots PCI Express, entre outros) para não ficar preso sem espaço para a instalação de novos componentes no futuro.
Ao pesquisar por uma placa-mãe, invista em modelos com sistema de alimentação adequado ao processador desejado.
Modelos feitos no padrão ATX são os maiores e mais completos, havendo variação de recursos de acordo com o chipset escolhido. Exemplos são Z390 da Intel, X570 e B450 da AMD. Modelos mATX são um pouco mais compactos em tamanho, havendo redução no número de portas PCI Express, SATA e M2, de modo geral.
Por fim, os modelos Mini ITX são os mais compactos, voltados ao público que deseja PCs não muito maiores do que um console. Apesar de haver modelos de excelente qualidade, eles têm compatibilidade reduzida, frequentemente aproximando o slot da placa de vídeo e do processador (o que restringe as opções de coolers) e limitando o usuário a apenas 2 slots para a instalação da memória RAM.
A placa-mãe é ainda responsável por alimentar adequadamente o processador, garantindo operação mais eficiente e abrindo a possibilidade para overclock, podendo afetar indiretamente o desempenho de toda a máquina.
Memória RAM
Ao pesquisar a memória RAM é preciso estar atento a dois principais fatores: velocidade de operação e capacidade. Os modelos atuais são do tipo DDR4, tendo velocidades que variam entre os 2400 e 4133 MHz.
Ao pesquisar a memória RAM é preciso estar atento a dois principais fatores: velocidade de operação e capacidade.
Essa frequência afeta diretamente a velocidade da troca das informações entre os componentes, sendo especialmente indicados os modelos de 3200MHz ou superiores para quem vai jogar. Isso garante a entrega de mais frames por segundo em cenários não limitados pela placa de vídeo, principalmente se você optar pelos processadores da linha AMD Ryzen.
Sobre a capacidade, lembre-se de que a falta de memória pode prejudicar bastante o seu desempenho e fazer os jogos engasgar, mas o excesso não trará nenhum benefício imediato. Para os gamers, 16GB são considerados suficientes, mas há jogos a caminho que já passaram a indicar 32GB como a configuração ideal. É o caso do novo Flight Simulator, da Microsoft.
Placa de vídeo (GPU)
A placa de vídeo (Graphics Processing Unit – GPU) é sem dúvidas a peça mais importante do computador para os gamers. Ela é responsável por produzir as imagens em 3D dos jogos, tendo unidade de processamento gráfico e memória próprios nos modelos off-board.
Aqui a regra é clara: quanto mais poderosa a placa, melhor. Mais poder de processamento gráfico abre espaço para ajustes gráficos de alta qualidade, mais resolução de tela e principalmente uma taxa de FPS mais estável. Contudo, lembre-se de que esse componente pode ter seu desempenho limitado por um processador muito fraco, algo que certamente impactará o potencial da placa.
Os modelos mais famosos são os da linha NVIDIA GeForce (GTX ou RTX) e AMD RX. Tenha em mente que os modelos considerados Top de linha, apesar de bem poderosos, costumam fugir bastante da curva de custo x benefício. As séries intermediárias são a escolha mais consciente, aliando desempenho a preços um tanto mais acessíveis.
As séries intermediárias são a escolha mais consciente .
Placas de vídeo de entrada das séries atuais de mercado normalmente rodam todos os títulos disponíveis, mas podem exigir vários ajustes e qualidade gráfica reduzida para obterem taxas adequadas de quadros por segundo.
Fonte de energia (PSU)
Um erro muito comum é colocar todo o orçamento em processador e placa de vídeo sem investir em uma fonte com capacidade adequada. Aqui não é simplesmente uma questão de “quanto mais Watts, melhor”, mas sim de verificar quanto o seu PC consome e buscar modelos com ótima qualidade de componentes, que garantam estabilidade, economia e uma boa durabilidade.
Há certificações chamadas PLUS, que atestam a eficiência das fontes. Elas variam entre White, Bronze, Gold e Platinum, em ordem crescente de eficiência. Fique de olho nas garantias oferecidas e no tamanho das ventoinhas. Quanto maiores, mais silenciosas tendem a ser em operação.
Outro detalhe importante das fontes é a modularidade. Esses modelos permitem que você destaque todas as conexões e cabos que não for utilizar, o que melhora a organização dentro do gabinete e também o fluxo de ar em alguns casos.
A fonte por si só pode não aumentar o desempenho da sua máquina, mas um modelo fraco pode limitar todas as outras peças, causando travamentos, telas azuis, quedas de FPS e muita dor de cabeça…
Armazenamento (HD e SSD)
Os HDs são os tradicionais discos de armazenamento, que fazem a varredura dos dados sequencialmente com um cabeçote de leitura. A vantagem dessa tecnologia ainda é a capacidade de armazenamento, bastante superior à dos SSDs em relação ao custo. Contudo, é uma tecnologia bem mais lenta, podendo fazer com que todo o seu PC pareça lento, por mais forte que seja o processador.
Já os SSDs são os drives de armazenamento modernos, de memória Flash. Eles podem ter desempenho dezenas de vezes mais rápido do que um HD tradicional, melhorando muito a velocidade do PC em diversas tarefas. Seja para inicializar o Windows ou para carregar uma nova rodada de Call of Duty, Valorant ou Rainbow Six Siege, o benefício é notável.
O problema do SSD, contudo, é o custo. Você pagará bem mais caro por GB em relação ao HD convencional. Ainda assim, é um upgrade que vale muito à pena. Caso não tenha dinheiro para uma unidade grande, invista ao menos em um drive que comporte a instalação do Windows, dos principais apps e de um ou outro jogo favorito.
Modelos mais tradicionais usam a interface SATA, sendo limitados a 600MB/s. Os mais novos se conectam diretamente à placa-mãe (M2), tendo velocidades que ultrapassam até 3.500 MB/s na leitura e gravação dos dados. Na hora da compra, busque reviews e verifique se o modelo possui memória embarcada para ajudar a manter o fluxo de dados.
Como descobrir os seus gargalos no PC
De pouco adianta você investir do processador (CPU) mais rápido do mundo se a sua placa de vídeo não for poderosa o suficiente para processar as cenas do jogo a uma taxa de frames adequada. Você ficará limitado pelo denominador mais fraco. Esse cenário é descrito como bottleneck ou gargalo, indicando que o desempenho do PC está limitado por um de seus componentes.
É aqui que você precisa se concentrar para escolher a peça certa para o upgrade. E para isso há diversas ferramentas disponíveis. Algumas das opções mais fáceis são sites como o Bottleneck Calculator (clique aqui para acessar). Nele você insere a sua configuração (atual ou a pretendida) e ele diz quais partes podem causar os maiores gargalos.
Outra opção é fazer o trabalho na mão, testando a sua máquina com jogos e benchmarks específicos, limitando a participação de placa de vídeo ou CPU no processo.
Ajuste as configurações dos jogos
Se for testar os gargalos de CPU e GPU com jogos, uma dica é tentar transferir toda a carga para um e depois para outro. Para tentar isolar a CPU, abra o jogo e baixe todas as configurações gráficas possíveis, incluindo a resolução. Isso mostrará o quão longe ele pode ir. Se mesmo com tudo no mínimo a sua taxa de FPS não subir muito, pode ser um sinal de que o processador está limitando o conjunto.
Como dissemos acima, quedas abruptas de desempenho podem ser causadas tanto por um salto na demanda de processamento quanto por necessidade de carregamento de dados, algo que pode ser bastante amenizado por um SSD.
Jogos competitivos como Rocket League podem se beneficiar de configurações gráficas mais simples
Acompanhe os gráficos de desempenho
Comece a sua investigação com uma ferramenta que já está no seu PC, o Gerenciador de Tarefas do Windows. Acessado pela combinação das teclas Ctrl + Shift + Esc, ele é um ponto de partida rápido, sendo capaz de mostrar os gráficos de utilização da CPU, quantidade de memória RAM ocupada, atividade de disco, GPU, entre outros.
Comece a sua investigação com uma ferramenta que já está no seu PC, o Gerenciador de Tarefas do Windows.
Componentes travados em 100% de uso por muito tempo indicam que eles podem estar sendo exigidos demais, sem terem folga para outras tarefas de plano de fundo. A memória RAM completamente ocupada em situações triviais também é um sinal de que é hora de pensar em upgrade.
Seguindo adiante, utilize aplicativos como HW Monitor e MSI Afterburner. Eles fornecem dados ainda mais precisos e completos sobre o seu computador, tais como clocks de funcionamento do processador e placa de vídeo, temperatura, frametimes, taxa de utilização, entre outros.
Fique de olho nas temperaturas
Frequentemente renegadas pela maioria, as temperaturas podem ser algumas das maiores vilãs para o seu PC. Muita gente sofre com travamentos, desempenho insuficiente e barulho excessivo sem perceber que os componentes estão trabalhando com resfriamento inadequado.
Isso não apenas limita o potencial das peças, impedindo que elas atinjam o desempenho ideal, como também pode reduzir suas vidas úteis.
Use benchmarks
Por fim, na hora de rodar testes com o seu PC, considere os benchmarks. São testes fixos que podem ser rodados de forma consistente no computador para identificar problemas e variações de desempenho. Muitos jogos possuem seus próprios Benchmarks. É o caso de Resident Evil 2, Tomb Raider e R6S.
Há também programas que você pode baixar de graça, como o Heaven Benchmark e o Superposition, ambos criados pela Unigine especificamente para testar a capacidade do seu PC.