Não é novidade para ninguém, porém, este artigo precisa começar com uma afirmação importante; o seu computador é um eletroeletrônico capaz de gerar calor. Pois é, o alto desempenho de algumas partes da sua máquina acabam fazendo com que haja aumento de temperatura interna e, consequentemente, diversos riscos acabam surgindo.

Há questões mais sérias, como até mesmo o perigo de um mini-incêndio começar em seu computador, contudo, o mais comum mesmo é que o calor excessivo possa causar danos às peças do seu PC, inclusive com o derretimento de partes importantes da sua máquina.

É por isso que desde que os computadores existem eles contam com sistemas de resfriamento. O mais comum e tradicional é aquele feito por meio de dissipadores e ventoinhas, que jogam vento para algumas partes enquanto que puxam o ar quente em outras.

No entanto, nos últimos anos um novo sistema de resfriamento bem mais rebuscado tem se popularizado entre as máquinas “caseiras”. Estamos falando dos water coolers, complexos equipamentos que lançam mão de tubos, reservatórios e líquidos para baixar a temperatura da sua máquina. 

Como um carro

Um water cooler funciona de forma bem semelhante ao sistema de resfriamento de um carro. A ideia é fazer com que um líquido transite por meio de tubos dentro do gabinete e em partes da máquina, fazendo com que esses itens acabam se resfriando. 

Isso é feito com base uma das leis fundamentais da termodinâmica, que é a de que o calor sempre passa do objeto mais quente para o mais frio. Ou seja, quando há o contato entre dois objetos em temperaturas diferentes, o que está aquecido terá sua temperatura baixada, enquanto que o gélido absorverá esse calor, tornando-se mais quente.

Um water cooler funciona de forma bem semelhante ao sistema de resfriamento de um carro

Um bom exemplo para você perceber isso é simplesmente botar a palma da sua mão aí sobre a sua mesa e repousá-la na superfície por algum tempo. Ao levantá-la, você irá perceber que ela se tornou mais fria e, se tocar com a sua outra mão na mesa (onde a palma estava repousando), vai notar que ali ficou mais quentinho do que no resto da superfície da mesa.

Passo a passo

Se o motor de um carro fica aquecido por estar queimando combustível, as partes do seu computador produzem calor por estarem conduzindo eletricidade, movendo essa energia para lá e pra cá ininterruptamente ao funcionar.

Um microchip, por exemplo, é composto por transistores que são, trocando em miúdos, diversas chaves que ficam “abrindo e fechando”. A cada vez que essas mudanças acontecem, sinais elétricos são transmitidos, gerando, assim, o calor que você percebe ser emitido pelas partes do seu computador.

Como dito acima, o funcionamento de um water cooler lembra muito a forma que um motor de carro é resfriado. Basicamente, tudo começa com um reservatório capaz de guardar a água que passará a circular pelo computador. Normalmente, utiliza-se água destilada para tal finalidade, mas há também líquidos especialmente desenvolvidos para tal finalidade que são aceitos por alguns sistemas.

Essa água (ou líquido de arrefecimento) é enviada para tubos por meio uma bomba que faz o líquido movimentar-se. Ela passará, então, por tubos conectados às partes em que o conjunto está conectado. Normalmente, sistemas de water cooler trabalham com foco principal no processador, contudo, há conjuntos que operam também com a placa-mãe e GPUs. 

Nos periféricos, acessórios especiais servem como plataforma de resfriamento, fazendo com que a água circule por ali e leve o calor embora. O processador, por exemplo, conta com um bloco que fica por cima da sua instalação na placa mãe, igual ao dissipador de um cooler normal. Ali, como uma espécie de caixinha, este bloco recebe e envia água embora, resfriando o CPU.

A água segue, então, o seu curso, chegando aos radiadores. O normal é que esse item dos water coolers conte com ventoinhas – pois é, elas não serão completamente eliminadas do seu sistema de resfriamento do PC. A ideia, aqui, é que elas trabalhem arrefecendo a água que chega até ali, eliminando o calor absorvido na passagem pelas peças. Já em temperatura amena, o líquido sai do radiador e chega até o reservatório, onde o processo se inicia novamente. 

Water cooler é mais eficiente?

Além de ter um visual mais estiloso, esse tipo de equipamento promete ser mais eficiente na hora de resfriar o PC. Mas, e porque utilizar um sistema baseado em água ao invés de simplesmente melhorar as ventoinhas? Será que ventiladores não podem dar conta desse aquecimento gerado pelas peças do computador que eu possuo?

Em comparação com o ar, a água tem capacidade melhor de absorver calor antes de esquentar, o que lhe dá uma vantagem na hora trabalhar em ambientes menores. Ela também é um condutor termal mais forte do que o ar. Isso significa que o líquido é capaz de mover o calor de forma mais veloz do que o “vento”, trazendo mais efetividade na sua eliminação . 

Tudo isso, no entanto, pode ser demais para sistemas não tão complexos. Muitas ventoinhas modernas, trabalhando em conjunto com bons dissipadores, mostram-se também muito eficientes na eliminação de calor.

Com isso, o ideal atualmente é considerar-se a utilização dos water coolers em computadores mais parrudos, como máquinas de uso profissional e em sistemas com overclock. Gamers e fãs de casemods também dão preferência a estes sistemas por questões estéticas.

Já se você usa o PC para tarefas corriqueiras ou para games simples ou trabalhos de escritório, por exemplo, um bom conjunto de ventoinhas pode dar conta do recado. Como tudo no mundo dos computadores, vale levar em conta qual será a finalidade do seu PC.

Fonte(s): PC World, How Stuff Works, Rocketz