TECNOLOGIA

Placa de vídeo: o que significam todos os ajustes no painel de controle NVIDIA

Se você possui uma placa de vídeo com processador gráfico NVIDIA, já deve ter se deparado com o Painel de Controle dela.

Disponível assim que os drivers são instalados no PC, essa tela oferece uma extensa variedade de opções e recursos que podem melhorar a qualidade de imagem dos seus jogos e garantir até mesmo desempenho mais alto para a GPU.

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O Painel de controle da NVIDIA pode ser acessado clicando com o botão direito do mouse sobre qualquer área livre do seu Desktop (Área de trabalho). No menu que se abre, selecione “Painel de Controle da NVIDIA” e aguarde até que ele seja carregado em seu computador.

Outra opção é abrir o Painel de Controle do Windows, selecionar “Aparência e Personalização” e clicar sobre o ícone da NVIDIA que é mostrado ao fim da lista.

Agora que você sabe como acessar essa tela, vamos conhecer cada uma das opções e para que elas servem?

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Conhecendo o Painel de Controle da NVIDIA 

O Painel de Controle da NVIDIA é dividido em 3 grupos principais, sendo eles: Configurações 3D, Monitor e Vídeo. Para acessar as diferentes telas e opções, basta clicar com o botão esquerdo do mouse sobre o subitem desejado.

Lembre-se de que todas as configurações de fábrica podem ser restauradas rapidamente, caso não se sinta confiante nas alterações. É só selecionar “Restaurar Padrões”, localizado no canto superior direito da janela.

Grupo Configurações 3D

O Grupo “Configurações 3D” é o primeiro e talvez um dos mais importantes deles, trazendo todos os ajustes da placa que entram em ação quando um app ou game em 3D é executado no Windows. 

O item “Ajustar as configurações da imagem com a Visualização” é uma forma simplificada de ajustar o comportamento da placa, enfatizando alto desempenho ou qualidade.

Note que a “Visualização” revela em tempo real os impactos das opções que forem selecionadas. Por padrão, o ajuste deixa que cada aplicativo 3D decida o comportamento da placa.

Gerenciar as Configurações em 3D

O item “Gerenciar as configurações em 3D” merece a maior parte da sua atenção. Nele encontram-se opções avançadas que vão desde a qualidade de renderização dos gráficos nos jogos até questões como o consumo de energia e seu gerenciamento no sistema operacional. 

Antes de começarmos a explicação no que faz cada uma das opções, note que há duas abas: “Configurações Globais” e “Configurações do programa”. A primeira determina o comportamento geral da placa de vídeo para qualquer app 3D.

Já a segunda permite a criação de perfis específicos para cada game ou programa. Assim você pode fazer um ajuste apenas para Counter Strike: Global Offensive e outro para Apex Legends, por exemplo, cada qual priorizando aspectos diferentes.

  • Anti-aliasing – FXAA: É a versão mais leve (e de qualidade inferior) do antisserrilhamento dos polígonos de uma cena, borrando as linhas mais aparentes da cena e evitando aquele efeito “escadinha” na borda dos objetos. É mais indicada para PCs de baixo desempenho que não podem utilizar outras opções melhores sem tanta queda no fps.

Também pode ser utilizado em jogos que não oferecem suporte ao AA, sendo realizada como pós-processamento. Não é recomendada a aplicação de forma global, pois ela pode dificultar a legibilidade de alguns dos elementos do sistema operacional e de textos em certos apps.

  • Anti-aliasing – configuração: Controla a quantidade de amostras do processamento antisserrilhamento (AA). Valores mais altos resultam em imagens de qualidade superior, podendo ter impacto significativo no desempenho da placa de vídeo. 
  • Anti-aliasing – correção do gama: Ajusta os níveis de claridade das amostras que foram tratadas pelo filtro AA.
  • Anti-aliasing – modo: Aqui é definido o tipo de AA a ser usado, sobrescrevendo as configurações dos aplicativos. Há diversas opções (indicadas para cenários distintos) e a configuração para usar aquela estipulada no jogo. Caso você escolha manualmente por aqui, o driver da NVIDIA sobrescreverá a opção selecionada no game. 
  • Anti-aliasing – transparência: Ativa o tratamento de elementos pequenos ou em forma de textura, como cercas, vegetação e outras linhas. Melhora consideravelmente a qualidade a depender da cena, mas tem um impacto significativo de desempenho.
  • Buffering triplo: cria um buffer adicional de renderização de quadros para transmitir ao monitor. Pode ajudar com a questão do screen tearing, porém tende a introduzir input lag. Não recomendado para jogos competitivos. 
  • CUDA – GPUs: Utiliza os núcleos CUDA em GPUs compatíveis para otimizar tarefas de cálculo da física do jogo.
  • Cache Shader: Guarda arquivos de shader no seu disco rígido ou SSD, potencialmente reduzindo o tempo de carregamento de algumas cenas e oferecendo desempenho mais consistente, com menos travamentos. 
  • DSR – Fatores: Dynamic Super Resolution, ou Super Resolução Dinâmica. Faz com que a placa renderize o game a uma resolução bem mais alta, reduzindo-a depois para a quantidade de pixels do seu monitor. É um dos métodos mais avançados e pesados para conseguir mais qualidade de imagem. 
  • DSR – Suavidade: Impacta a qualidade final do processamento de imagem. Valores mais altos tendem a produzir um resultado mais preciso e melhor, graficamente, ao custo de desempenho da GPU.
  • Filtragem anisotrópica: Faz com que as texturas em superfícies inclinadas em relação à sua perspectiva mantenham a nitidez. Quanto mais alto o valor, maior é o custo de desempenho, fazendo com que as texturas e detalhes permaneçam nítidos. 
  • Filtragem da textura – Diferencial negativo: Conhecido como Negative LOD bias, é uma opção mais antiga para forçar a qualidade. Pode introduzir artefatos de imagem e outros efeitos indesejados, a depender do ajuste. 
  • Filtragem da textura – otimização anisotrópica: Relacionada à filtragem anisotrópica, define o ajuste entre qualidade e velocidade, otimizando o processamento das texturas.
  • Filtragem da textura – otimização trilinear: Método mais ágil, mas menos preciso de tratamento das texturas.
  • Filtragem da textura – qualidade: Define a qualidade de processamento das texturas. Tem baixo impacto de desempenho, normalmente.
  • Modo de gerenciamento de energia: Configura o quanto de energia/desempenho a placa entregará, de acordo com a situação. O modo otimizado conserva energia com o PC parado. Adaptativo molda a relação de acordo com a demanda de cada jogo. Desempenho Máximo fornece mais energia à GPU, garantindo desempenho mais elevado, ao custo de mais gasto de energia.
  • Máximo de quadros pré-renderizados: Cria um buffer para armazenar frames pré-renderizados. Pode reduzir flutuações de desempenho, mas, assim como o Triple buffering, costuma introduzir input lag, altamente indesejado em jogos competitivos. O ideal é utilizar o ajuste definido por cada aplicativo.
  • Oclusão ambiental: melhora os efeitos de sombreamento e iluminação, dando mais volume às cenas. Por conta da complexidade, pode reduzir consideravelmente o desempenho de algumas placas. Há opções focadas em qualidade e desempenho.Alguns jogos possuem soluções próprias, não sendo indicado forçar o efeito via driver. É o caso de Rainbow Six: Siege, que tem AO próprio, desenvolvido em 3 graus de qualidade pela Ubisoft.
Cálculo de oclusão ambiental na Unreal Engine: resulta em sombras precisas
  • Otimização segmentada: Auxilia na distribuição das tarefas de renderização entre os núcleos da placa de vídeo e processador. O mais indicado é a opção automática. 
  • Quadros pré-renderizados de Realidade Virtual: Mesma solução já discutida, mas com uma opção dedicada aos apps de realidade virtual. Faz o armazenamento de frames para prevenir saltos, mas pode induzir a um pequeno lag.
  • Sincronização vertical: Força a sincronia entre a taxa de frames da placa e a taxa de atualização do monitor, evitando os “cortes” na tela que ocorrem quando o monitor puxa um buffer que ainda está em processamento na placa. 
Screen tearing que ocorre quando a atualização do buffer da placa e o monitor ficam fora de sincronia

Finalizadas as opções de 3D, o próximo subitem é “Configurar Surround, PhysX”. O recurso Surround da NVIDIA não tem nada a ver com áudio. Na realidade, ele foi criado para facilitar o setup de até 5 monitores, proporcionando ajustes rápidos e a experiência mais imersiva de jogo.

O PhysX é uma engine física para processamento de cálculos complexos nos jogos, resultando em movimentos e colisões mais convincentes quando o game oferece suporte à tecnologia.

Placas de vídeo mais recentes trazem núcleos específicos para essa tarefa, mas ainda hoje é possível manter uma placa de vídeo secundária no PC (até um pouco mais antiga) e configurá-la para atuar exclusivamente nesse tipo de processamento. 

Monitor

Este grupo de opções é bastante similar ao da guia “Configurações de Exibição”, do Windows 10, oferecendo diversos ajustes relacionados à resolução de tela (havendo possibilidade de criação de resoluções personalizadas) e às cores na área de trabalho, com ferramentas mais precisas para melhor calibragem da imagem, envolvendo contraste, brilho, vibrância, matiz, gama e seleção individual por canal de cor.

Outra possibilidade é girar a orientação da imagem para trabalhar com monitores na vertical ou em modos espelhados. O “Status do HDCP” diz respeito à tecnologia de proteção de conteúdos através da transmissão digital de imagem. 

Configurar áudio digital” mostra todas as opções de saída de áudio pela placa de vídeo, com suporte às portas DVI, HDMI e DisplayPort. “Ajustar o tamanho e a posição da área de trabalho” é a ferramenta indicada para mover a tela de posição, quando há cortes errados na imagem, principalmente em equipamentos desatualizados.

Finalizando esse grupo, “Configurar vários vídeos” mostra todos os monitores plugados no PC, a posição virtual deles e a definição de qual deles é o mestre (ou principal, indicado por um pequeno asterisco).

Caso esteja lidando com mais de 2 monitores, uma dica é clicar nas opções de divisão Surround, um recurso pensado justamente na organização de múltiplos monitores, como dissemos acima. 

Vídeo

Finalizando nosso guia, chegamos às opções do grupo Vídeo. São recursos dedicados exclusivamente à reprodução de vídeos no PC, com possibilidade de ajuste de todos os parâmetros de processamento e de calibragem de imagem, de acordo com a tela em que eles são passados. 

Para aplicar os seus ajustes e sobrepor as configurações padrão do Windows, vá para a segunda opção e marque a caixa de seleção “Use a configuração da NVIDIA”, ajustando a barra de acordo com as suas preferências. 

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Fonte(s): NVIDIA, PC Gamer, Make Tech Easier e Unreal