TECNOLOGIA

Qual a diferença entre LED e MicroLED e o que isso significa para os jogos

Enquanto muita gente se preocupa apenas com a chegada do padrão 8K para TVs de led, outra revolução na tecnologia de telas está acontecendo de forma bem mais silenciosa. Estamos falando do MicroLED, uma evolução importante para os displays, que aposta em pixels extremamente reduzidos para gerar imagem de altíssima qualidade, principalmente em filmes e jogos. 

Hoje falaremos um pouco sobre o que é a tecnologia MicroLED, onde ela está presente, quais os seus benefícios em relação aos modelos LCD convencionais e também ao OLED, bem como o que você pode esperar dela enquanto consumidor. 

The Wall – Modelo MicroLED montado pela Samsung para a CES 2020

MicroLED: Uma nova estrela na indústria das TVs

Na maioria dos casos, as telas dos nossos eletrônicos são formadas por pequenos pontos luminosos de LED, chamados RGB. Esta sigla é adotada porque cada pixel é composto por um grupo de 3 luzes, nas cores Vermelho (Red), Verde (Green) e Azul (Blue), que quando combinados em diferentes intensidades podem gerar milhões de cores. 

Estes pixels vêm passando por uma miniaturização constante, o que permite às fabricantes de Televisões e principalmente de portáteis, como nossos smartphones, produzir modelos com telas de altíssima resolução. Atualmente o padrão das TVs é o 4K, com 8K e 16K já despontando no horizonte. 

Apesar de o número de pixels ser elevado (na ordem de milhões), esses pontos luminosos dos painéis LCD ainda dependem da retroiluminação para produzir a imagem. O problema é que essa técnica tem limitações de contraste e de uniformidade de cores, uma vez que regiões inteiras da tela são iluminadas.

É aí que entra em cena a tecnologia MicroLED, uma versão extremamente reduzida do LED tradicional. Fabricado em wafers de chips microscópicos, estes novos pixels têm apenas 0,003mm², sendo mais finos do que um fio de cabelo. Eles são capazes de emitir sua própria luz, assim como o OLED, dispensando um backlight. 

Sendo mais finos do que um fio de cabelo.

Somente essa mudança já é suficiente para termos uma melhora significativa na qualidade de imagem. Mas outro detalhe chama a atenção: todo o restante da superfície recebe um tratamento especial na cor preta, tornando as cenas escuras ainda mais convincentes. 

Todas as vantagens do OLED, sem os problemas

A combinação desses fatores faz com que as telas MicroLED tenham contraste “infinito”, como divulgado por algumas fabricantes, muito embora outras empresas utilizem o valor 1.000.000:1 em suas descrições.

Ainda em relação ao OLED, os painéis MicroLED oferecem maior brilho, sendo especialmente indicadas para ambientes claros. Em sua página dedicada ao Crystal LED (o nome dado pela Sony à sua versão do MicroLED), a fabricante afirma que essas telas podem chegar facilmente aos 1.000 cd/m2. É um número considerado como ideal para o consumo de conteúdos de nova geração, especialmente em HDR.

O resultado de tudo isso é uma qualidade de imagem inigualável (pelos padrões atuais), que deve agradar aos profissionais de arte, edição de imagens e vídeos, que terão uma referência exata do material que estão desenvolvendo. Para os gamers, o novo padrão pode trazer imagens vibrantes com certificação HDR de ponta, produzindo um verdadeiro espetáculo visual.

O MicroLED como a melhor opção para jogos?

Contudo, para jogos, a característica mais importante da tecnologia MicroLED em monitores e TVs é a resposta ultrarrápida dos pixels, que garantem uma imagem nítida sob qualquer circunstância. Isso evita cenas borradas, principalmente em games de ação com viradas bruscas de câmera, e ainda garante um tempo de resposta rápido entre seus comandos e a imagem, sem risco de input lag.

Estes novos pixels também já são divulgados como compatíveis com altas taxas de atualização. Isso é ideal para fabricar TVs e monitores de 120Hz compatíveis com FreeSync ou G-Sync. Outro destaque é o consumo energético reduzido, principalmente quando utilizadas cenas de alto brilho.

Outro destaque é o consumo energético reduzido.

Se essas não fossem vantagens suficientes, os painéis MicroLED também tem como destaque o fato de ele não sofrer com o Burn-in, um problema bastante recorrente nos modelos OLED, cujo resultado é a retenção de imagem, com pixels que não funcionam adequadamente após ficarem “estacionados” por muito tempo em uma mesma cor e intensidade.

Formatação irregular, utilizando uma série de módulos MicroLED

E quando eu vou poder comprar uma TV MicroLED?

Presentes na CES 2020 através de marcas como Samsung e LG, os painéis MicroLED atuais estão sendo demonstrados apenas em grandes formatos (como modelos acima de 65 polegadas). 

Embora já haja tecnologia suficiente para construir TVs voltadas aos consumidores finais, o processo de fabricação ainda está em processo de maturação. Há diversas falhas na produção dos wafers e na linha de montagem, que requer processos lentos e não adequados à produção em massa. 

Como resultado, qualquer TV MicroLED hoje custaria caro demais para ser comercializada no varejo. Quão caro, você quer saber? Bem… Algo em torno de 240 mil dólares para um modelo 4K de 118 polegadas e assustadores USD 1,26 milhões para o tamanho de 236 polegadas…

Tendo isso em mente, a solução encontrada pelas marcas, por enquanto, é apostar em opções modulares que podem ser montadas em qualquer formato ou configuração desejada pelo cliente. Isso é algo que pode atrair marcas a criarem displays para suas lojas, por exemplo.

Apesar de inviável para o momento, este cenário pode se alterar rapidamente quando as empresas adaptarem seus equipamentos e métodos. Por isso, muitos especialistas afirmam que é apenas uma questão de tempo até que os produtos cheguem ao mercado a preços acessíveis – algo que se repetiu com Full HD, 4K, HDR e tantas outras inovações da área das televisões e displays. 

Especialistas afirmam que é apenas uma questão de tempo até que os produtos cheguem ao mercado a preços acessíveis.

Já a partir deste ano, é provável que empresas como a Apple apostem no mini LED, uma tecnologia intermediária entre o LED e o MicroLED voltada aos smartphones, tablets e PCs. Por enquanto, nos resta aguardar. Quem sabe na CES 2021, não é mesmo?

Fonte: Digital Trends, Tech Quickie, Linus Tech Tips, Sony Crystal LED

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