Na batalha por mais velocidade e desempenho, as empresas de tecnologia estão sempre trabalhando em inovações em todas as frentes. Processadores são fundamentais, memórias RAM fazem um papel importante e o armazenamento e sua capacidade de escrita e leitura de dados são três pilares para você ter uma máquina eficiente.

Neste sentido, a Intel lançou nos últimos tempos a tecnologia Intel Optane. Funcionando fazendo às vezes de um híbrido de memória RAM e SSD, o sistema busca dar mais velocidade às tarefas que se repetem com mais frequência quando você está utilizando o computador.

Nem RAM, nem SSD – o que é Intel Optane?

Como dito acima, não se trata de um novo formato de armazenamento sólido ou de memória randômica. A tecnologia desenvolvida pela Intel promete, na verdade, causar uma espécie de revolução no mercado de armazenamento, trazendo os benefícios dos dois tipos de memórias para um gadget só.

Descrita pela empresa como “verdadeira tecnologia disruptiva” para a indústria de armazenamento, a Intel Optane traz uma combinação de blocos diferenciada, e que os faz trabalhar em conjunto para obter mais velocidade na hora de escrever e acessar informações.

Como funciona?

Nos exemplos mostrados pela Intel para apresentar os benefícios da Optane, a empresa utiliza o casamento das memórias DRAM (Dynamic Random Access Memory ou, em português, algo como Memória Dinâmica de Acesso Randômico) com os benefícios do SSD (Solid-State Drive ou, Unidade de Estado Sólido).

As memórias DRAM são rápidas, contudo, tem baixa densidade e são muito voláteis. Já o SSD, contam com a tecnologia NAND e apresentam-se com boa densidade e não são voláteis. Contudo, mesmo se rápidos comparados com seus concorrentes, como discos rígidos, eles ainda são muito lentos se contrapostos contra as memórias RAM.  

De acordo com a Intel, a inovação Optane pega o melhor dos dois mundos, trazendo memórias não-voláteis, rápidas e com densidade. Isso acontece com a junção de quatro ingredientes. O primeiro é uma tecnologia chamada de “3D XPoint Memory Media”. Ela seria casada com novos controladores de memória desenvolvidos pela Intel, com o Intel Interconnect IP (para compatibilidade de hardware) e com adaptação de compatibilidade de software. 

Optane pega o melhor dos dois mundos

Como você deve ter imaginado, o papel principal nessa junção fica por conta da “3D XPoint Memory Media”. A tecnologia permite a impressão de camadas sub-microscópicas de materiais em minúsculas colunas. Cada uma delas é separada e duas partes: uma célula de memória e um “seletor”.

Essas colunas são interconectadas por ligações perpendiculares por cima e por baixo, fazendo com que o “caminho” de acesso seja mais rápido. Ao contrário das memórias DRAM, por exemplo, que precisam de transistores para acesso das informações (o que as tornam maiores mais caras), a Optane permite que a memória seja acessada somente com a variação da voltagem do seu “seletor”. 

Isso também faz com que a latência seja muito menor na hora de as unidades de armazenamento “conversarem” com o processador. Outro ponto positivo, segundo a Intel, é o fato de que para haver maior densidade, essas colunas da “3D XPoint Memory Media”são intercaladas e empilhadas umas sobre as outras. Com isso, no mesmo espaço de uma DRAM ela é capaz de entregar muito mais capacidade de armazenamento.

Qual a aplicação atual

Apesar de já ter sido lançada há alguns anos, a Intel Optane ainda está em fase inicial de adoção. Segundo a companhia, a solução já está disponível para o mercado de data centers, com adaptações para servidores que reduzem gargalos de latência e também para computadores pessoais.

Para seu PC, a Intel atualmente traz soluções em SSD que casam o armazenamento em formato “antigo” com a sua nova tecnologia. O destaque, pelo menos no site da companhia, fica por conta da promessa para melhor desempenho em máquinas com foco em jogos. Os preços, no entanto, são bem proibitivos, pelo menos por enquanto.

Assim, a solução seria comprar uma memória Intel Optane de tamanho bem inferior se comparado com um disco de armazenamento, algo como adquirir a opção disponibilizada de apenas 16 gigabytes por exemplo. Por que você faria isso?

Bem, ainda que não seja algo oficialmente propagado pela companhia, a memória Optane pode funcionar como uma espécie de acelerador para o seu dispositivo primário de armazenamento, fazendo um papel híbrido e ficando entre o funcionamento de uma RAM e um SSD, guardando dados que você acessa mais frequentemente.

a memória Optane pode funcionar como uma espécie de acelerador para o seu dispositivo primário de armazenamento

Vale lembrar, no entanto, que há ainda bastante controvérsia quanto à utilidade de você lançar mão do recurso. Já para quem deseja comprar um SSD inteiro com tecnologia Intel Optane, como falamos acima, é bastante salgado. Talvez, então, seja o momento de esperar que a inovação popularize um pouco mais, seja disponibilizada em mais gadgets, apresente mais compatibilidade e, é claro, ganhe preços menores.

Fonte(s): Intel, Digital Trends, TechTudo, Linus Tech Tips